[PvM] Berit A. Njorthrbiart - Syd Barrett - [Atemporal]

Eu não conseguia imaginar como seu chalé poderia ser tão vazio. Apesar de ter muitos irmãos e irmãs espalhados pelo acampamento, nenhum deles queria sentar perto da 'do nome estranho' de modo que eu sempre ficava sozinha durante as refeições. Ainda mais agora, que meu amigo Charles havia saído em uma missão e não tinha data para voltar. Haviam dito que era uma missão muito perigosa, e eu temia por isso, não queria perdê-lo.

Voltei ao seu chalé e vi a adaga jogada em cima da cama. Lembrei-me, então, da última vez que a usei; foi no treino com Charles, isso mesmo! Antes que as lágrimas tomassem conta de mim, recolhi algumas armas e sai em direção a arena, o único lugar onde conseguia espairecer. Quando lá cheguei, pus-se a pensar na infeliz vida que vinha tendo até agora... Charles realmente fazia mais falta do que eu poderia imaginar. Sacudi a cabeça tentando me concentrar no ambiente ao meu redor e reparei que tinha um semideus novo ali. Sim, com toda a certeza ele era novato, eu nunca deixava um passar despercebido.

Aproximei-me do menino e pensei que uma das melhores coisas nas quais eu era realmente boa eram treinos em equipe:

- Novato, é? Bem vindo a arena! (~like THG) Bom, acho que não tem nada melhor do que começar com um treino em dupla, o que acha? - disse limpando a ponta da adaga na camiseta.

Armas:

Me permiti dar uma breve gargalhada:

- Instrutora, eu? Nem pensar... tem tempos que estou aqui, mas treinei pouquíssimas vezes. Enfim, vamos ao que interessa. - e caminhei até aonde as chaves das jaulas estavam penduradas em uma grande argola.

Apesar de ser um tanto inexperiente, sabia com clareza qual era a criaturas adequada para um primeiro treino, na verdade. Verifiquei as caixas do Rancho Triplo G e vi que uma leva novinha de ciclopes havia chego no começo da semana.

- Acho que seria legal você começar com esse aqui - abri com cuidado a jaula, enquanto me cobria com o manto da Invisibilidade. - A propósito, é Berit. -

O ciclope não estava equipado com nada em especial e tinha uns 3 metros de altura. Ia ser moleza.

Eu tinha acompanhado o ciclope em todos os seus movimentos e neste exato momento estava bem ao seu lado. Talvez o fato de ser filha de Perséfone tivesse me ajudado a esconder um pouco o cheiro forte que os semideuses tinham... ou talvez Pietro estivesse tão bêbado que fosse impossível - até mesmo para um monstro - identificar qualquer outro aroma senão o dele.

- Golias, é você? -  revirei os olhos ao ouvir isso. Mas que babaquice!

O fato é, aquela fera era braba (como diria algum caipira) e não esperaria para atacar. Mas eu era esperta - pelo menos, me achava - e usei a adaga tão bem limpa e afiada para fazer uma ferida profunda no pé do monstro. Ele cambaleou e gritou de dor em um primeiro momento, mas estava claro que isso não o ia impedir de matar dois belos semideuses para o almoço:

- Deficiente ocular, é o termo correto. Não Golias - disse, me afastando o máximo que podia do ciclope, de modo que minha voz não era mais que um eco.

Meu santo Apolo! Quando achei que tudo estava indo bem, o moleque praticamente voou através da arena. Eu precisava fazer algo, mas errei nos meus cálculos, pois enquanto corria para ajudá-lo, deixei que meu manto escorregasse e caísse no chão, tornando-me visível novamente. Não hesitei ao ativar a armadura e correr de encontro a Pietro. Que idiota, ele tinha mesmo que deixar isso acontecer.

- Bom, pelo jeito vou ter que dar conta dele por nós dois... - invoquei então tantas folhas secas quanto pude encontrar, formando um pequeno ciclone e o mandando na direção do monstro. Ele ficou bastante tonto e confuso com isso, o que deu tempo para que eu recuperasse meu manto - apesar de não o vestir novamente - e Pietro se levantasse.

Empunhei firme minha adaga, controlando o ciclone para que não me atingisse, mas sim me ajudasse. Tentei 'subir' na coisa para conseguir alcançar as costas da criatura e depois que consegui isso - com bastante esforço e algumas quedas - fiz-lhe um lindo corte, deixando a pequena arma deslizar até a base da coluna. Uma fina linha de sangue de monstro apareceu enquanto a fera caia.

- Deixo o golpe final contigo - falei para o garoto

Poder:

Enquanto limpava mais uma vez minha adaga na blusa - sim, eu odeio aquele sangue de monstro que fica grudado na ponta, quando seca é uma droga pra tentar tirar - os restos de poeira do gigantão sumiam e se misturavam com o resto da areia da arena.

- Todos dizem isso. - coloquei a adaga na bainha, sabendo que era inútil pois teria que usá-la logo. Encarei ele - Mas não vou tentar discordar, pois ainda temos muito o que fazer - arqueei uma sobrancelha - Ah, vamos! Não me diga que você acho que aquilo ali - apontei para aonde a poeira sumia - era tudo?

O horário já tinha avançado um pouco. Quanto tempo havíamos ficado ali? Não mais de 20min pelas minhas contas... mesmo assim, o céu estava escurecendo. Quem sabe uma tempestade invocada chegado...

- Sua vez, mon chéri  - e fiz menção para as prisões dos outros monstros.

Sinceramente, eu não acreditava no que via. Como o garoto não e canava de enfrentar dois monstros iguais, seguidos? Enfim, só esperava de coração que ele me surpreendesse dessa vez.

Já com a pequena arma em mãos, percebi enquanto ele abria a jaula de um modo nada delicado. O monstro olhou para um lado e para outro, como que querendo saber quem o havia chamado. Bufei e me coloquei em posição de ataque, tentando pensar em um golpe criativo para fazer:

- Você, garoto tolo - disse Pietro, e mais uma vez eu pensei que ele deveria ter uma aula de "Como apelidar um monstro de forma que ele não se ofenda tanto a ponto de querer fatiar você em quarenta pedacinhos ao invés de vinte" mas fiquei calada e um sorriso se esboçou em meu rosto.

Certa vez, eu havia lido em algum lugar que nós, filhos de Perséfone, conseguíamos fazer crescer mudas de flores em todos os lugares... e nesse momento queis testar se a tese de "todo lugar" era realmente verdadeira. Respirei fundo e me concentrei.

No começo nada aconteceu e isso me desapontou profundamente, mas logo ouvi um espirro. Achei que pudesse estar vindo do Pietro, mas quango olhei pro Shrek versão amarela, tive uma vontade louca de rir: do nariz do ciclope, brotavam pequenas mudinhas com botões minúsculos de rosas. Engoli a risada pelo tempo que foi possível, enquanto as mudinhas cresciam mais e mais. O ciclope espirrava sem parar e começava a se desnortear, sem saber o que estava acontecendo.

Lancei um olhar para Pietro, indicando que ele deveri fazer alguma coisa.

Poder: