Frederico, Carol e Allen - PvM

Acampamento

Arena? Arena!

Fui despertado pelos primeiros raios solares que invadiam a janela aberta do chalé de Deméter, sem permissão alguma. Da cama levanto-me cambaleando e vou para o banheiro, onde realizo minha higiene e me desperto para um dia agitado no acampamento.
Depois e um curto café, resolvi que iria para a arena treinar contra algum semideus ou monstro. Volto em minha moradia e pego somente a minha espada, colocando-a na bainha e indo correndo para a área de luta. Chegando lá, olho em volta e percebo o tanto de meios-sangues que já estavam ali, naquela hora da manhã. Como Jardel tinha me avisado que ficaria fora por algum tempo, eu não tinha com quem treinar, já que ele era a pessoa que eu tinha mais afinidade em todo o acampamento. Então, decidido que um colega de luta seria uma boa ideia, avanço por entre os jovens à procura de alguém para me conceder uma digna luta, ou contra um monstro ou um X1 mesmo. Quando vejo uma garota de costas para a arena, encarando alguma coisa em sua frente que eu não fazia ideia de que era, imaginei ser a parceira perfeita. Ignorando minha maluques e controlando minha timidez, cheguei perto e cutuquei-a, dizendo:
- Olá menina. – Elevei um pouco o tom da minha voz. Como estava com certa vergonha, pigarreio para tentar disfarçar o nervosismo; fazer amizade não é o meu forte. – Está calor hoje, não está?
Quando ela se virou para falar comigo, não hesitei em baixar a cabeça e ficar encarando o chão, de repente o solo ficou tão curioso e prazeroso em se admirar...
- Allen? – a voz doce pronunciou meu nome. - Allen Souke?
Volto minha atenção à garota – pelo menos tinha que usar um pouco de educação – e fico alguns segundos analisando sua feição, eu conseguia reconhecê-la, só não sabia de onde nem de quando. Como ela sabia meu nome, eu desconhecia, mas colocando na cabeça que eu iria treinar com alguém, que eu deveria perder o medo de falar com as pessoas, empinei meu nariz e tentei falar o mais confiante possível.
- Sim, sou. Quem é... Ah, já sei! – Por fim, me lembrei.
Aquela era a prole de Apolo, a menina ao qual eu tinha treinado alguma vez, mas não sei onde. Sinto um alivio percorrer meu corpo quando a cumprimento com um beijo no rosto, e assim, percebo um menino atrás dela, mas uma pessoa para conversar.
- Hum, sou Allen. – Digo acenando com a cabeça para ele. – Quem és tu?
Encarei-o fixamente; pelo incrível que pareça, eu não fiquei envergonhado em me apresentar primeiro. E fiquei ali, parado com as mãos nos dois bolsos de trás da calça jeans e aguardando a resposta do desconhecido.
 

Spoiler:

 

Acampamento

Arena? Arena!

- Ciclope! - Digo antes que alguém fale outro monstro.
Nem esperei alguém discordar, fui correndo até uma jaula e retirei seus trancos, liberando a porta e deixando o monstro sair, brandindo sua grande clava de madeira.  O ciclope gritou alguma coisa e golpeou o ar com sua arma, pareceu nem saber que estávamos ali. Dava para perceber que ele estava bastante irritado, e quando ele olhou para a gente, tive a plena certeza. Vou dando pequenos passos para trás até chegar perto da dupla de semideuses que combateriam aquele ser comigo. Olho para trás e balanço a cabeça na afirmativa, " eu vou primeiro", e então avanço contra o monstro.
Utilizando meus poderes concedidos por Héstia, sopro um pouco de fogo na laminada da espada – já desembainhada – e ativo sua verdadeira especiaria; o fogo mortal. Mas quando acho que acertaria um golpe fatal no ser de um olho só, levo uma forte mãozada que me arremessa longe contra o chão, fazendo-me quicar duas vezes feito uma bola, e cair de barriga pra baixo, soltando curtas gemidas de dor.
Foi um golpe tão forte que a simples tarefa de respirar parecia impossível. Sentei-me com dificuldade e tentei analisar a cena toda, em vão.  Olhei para frente e pensei:  “E se o monstro estivesse vindo acabar comigo?” Minha cabeça começou a latejar, tentava forçar minhas pernas a levantar, mas era impossível. Algumas partes do meu corpo que eu nem sabia que existia começaram a doer, protestando por uma ajuda rápida. Porém, não podia raciocinar direito, se não forçasse meu pensamento eu nem saberia onde eu estava. E fiquei ali, com a espada a alguns metros de distância de mim e encarando o ciclope que caminhava em minha direção; estava à mercê de qualquer ataque alheio. Frederico e Carol deveriam me ajudar, ou o mundo inferior viria em breve.

Armas e Habs:

 

Acampamento

Arena? Arena!

Ainda estava tonto quando percebi um movimento em minha frente, mas não consegui saber o que era, minha cabeça parecia que iria explodir. Piscava fortemente tentando à todo custo acabar com aquela intensa dor de cabeça que só parecia aumentar. Então, sem mais nada a que se fazer ou pensar, resolvi usar um dos meus poderes como Cavaleiro da deusa Héstia, soprando fogo na direção do meu peito, deixando que ele se espalhe por todo meu corpo, no entanto não queimando minha camisa laranja nem meu short.

Se acontecesse isso com outro semideus, ele seria torrado em menos de alguns segundos, mas como eu era imune ao fogo, isso não aconteceria comigo. Ao invés de me danificar, o fogo apenas me ajudou, parecendo me reanimar um pouco e sumindo com a sensação de dor onde o ciclope tinha me acertado. Levanto-me cambaleante e vou até a espada, que ainda 'pegava fogo', e a retiro do chão. Como a dor tinha cessado um pouco, mas o desconforto na cabeça não, tentei imaginar o que fazer, se atacava ou não. Estava cansado, e se recebesse um outro golpe como aquele, eu, sem duvidas nenhuma iria para a enfermaria de imediato. Então bolei a única estratégia que me veio a mente "eles atacarão, eu não." Voltei meu olhar ao grande monstro, bem na hora que ele estava encarando a Carol, aparentemente confuso. Então agi.
Nunca tinha usado os alvos desse modo, já tinha invocado eles, mas ele apenas ficavam parados, esperando golpes. E tentei ser diferente, esse que eu iria criar iriam surpreender não somente o ser imenso, como também meus aliados. Apertei com força o cabo a espada e mentalizei a palavra " CLONE QUE SE MEXA" em minha mente, torcendo para com que aquela atitude banal desse certo; e deu. Quatro clones de madeira, portando seus escudos, apareceram no campo de batalha, todos eles em uma formação semelhante a uma caixa em volta do ciclope. Quando o monstro se deparou com os novos brinquedinhos, ele balançou a cabeça, parecendo se livrar de alguma coisa, e começou a olhar em volta, encarando todos os seus oponentes que estavam na arena. Eu estava cansado, poderia até atacar, mas sabia que seria um fracasso total.
- Vai Fred! - Gritei - Acabe com esse pançudo de um olho só!

Pelo menos esperava que ele poderia se garantir em uma luta contra um ciclope, a cria da deusa mágica era novo no acampamento, não sabia se ele era tão forte a ponto de acabar com um monstro daquele porte. Porém, apenas torci por uma vitória rápida, não sabendo se ela aconteceria ou não.

Habs:

 

Acampamento

Arena? Arena!

O ciclope tinha sido apunhalado nas costas por Carol, a menina que antes tinha ficado invisível por obra de seus poderes. O monstro gritava e tentava nos agarrar, mas o coitado nem percebeu que estraçalhando um dos meus clones de madeira com aqueles dentes amarelados e imensos. Não tinha idéia de como o ser ainda não tinha se desfeito em poeira, como ainda podia está vivo. E pensei atacar, acabar com aquilo naquele momento. Mas então me lembrei do golpe de antes, a pancada que tinha levado do ciclope, o meu pequeno vôo que resultou em uma queda. Porém, ou eu acabaria com o monstro, ou ele poderia se levantar dali – com as pernas naquele estado seria um pouco difícil – e acabar com nos três. Ou os outros poderiam atacar e acabar com o ser e me deixar sem fazer nada. Mas não, eu nem tinha sequer encostado no olhão, matá-lo seria uma honra. E antes que alguém pudesse atingi-lo, ou imaginar declarar um ataque contra, puxei minha espada que sua lamina ainda queimava em chamas e a ergui acima de minha cabeça, enquanto caminhava na direção do meu oponente. Quando chego perto, faço um golpe na vertical, abrindo um corte bem fundo ao lado esquerdo da barriga do ciclope. Imune a fogo, não aconteceu nada com o monstro, tirando o corte em sua barriga, é claro. Mas se ele fosse outro monstro, um não vulnerável ao fogo, faleceria de imediato, as chamas mortais de minha arma eram absolutamente eficazes. E esperei, voltando a pensar o meu conceito, matá-lo não seria tão bom quanto eu pensava; outra pessoa poderia fazer isso, eu não.

Habs:

 

Acampamento

Arena? Arena!

- Cara... - disse, passando a mão no rosto e retirando o suor que escorria de minha testa - Estou morto.
Encarei a menina, querendo não desaponta-la. Aquela luta tinha me esgotado, mesmo usando um movimento de cura eu ainda estava exausto. Outra luta acabaria comigo. Então decidido, desativo a habilidade me minha espada e a embainho. Pensei em me despedir da garota a beijando na bochecha, mas como percebi que estava empapado de suor, desisti e apenas acenei para ela.
- Até mais, Carol! - dizia enquanto saia correndo da arena - Qualquer coisa eu passo no chalé de Apolo, para termos outra luta dessa!
Percebi a minha falta de educação em não acompanhar a menina até fora do recinto, mas fazer o que, eu estava morto!

Habs: