PVM- Carol e Jardel [sem narrador] (atemporal )

 Um dia frio, um bom lugar pra ler um livro; e o pensamento lá em você, pois sem treinar não vivo.  Pego meu marcador com o formato de um narciso e o coloco na página 154; guardo-o na minha segunda prateleira cheia de livros. Saio de cima da cama e corro até a janela: neve, saudades sol e calor, agora só nos restam o frio e o gelo.
Com um pouco de preguiça por conta do mau tempo, mas ainda assim levado pela ansiedade em testar novas habilidades com a adaga no calor da batalha, decido ir à arena. Dessa vez vou com um capote verde e de capuz suspenso; levo comigo minha nova adaga de bronze sagrado forjada por um amigo meu filho de Hefesto, e meu novo arco de ouro que ganhei ao entrar para os Guerreiros do Sol.

 - Matar? – voltei meus olhos das jaulas para a garota que iria treinar comigo. – Essa palavra é muito forte e definitiva.

É claro que iriamos fazer isto, mas podemos falar de treino. É um termo mais humilde e certo. Quem sabe o dia em que vamos perder e sucumbiremos na mão desses monstros que tanto lutamos para ficarmos mais fortes a cada dia.
- Que tal TREINARMOS – dei ênfase ao fim da minha fala para ajuda-la em sua expressão – com uma empousa? 

 No momento em que a garota me avisou que iria abrir a jaula, preparei meu arco e prontamente coloquei ali uma flecha. Então ela entrou no meu campo de visão, era até bonita, mas suas pernas diferentes não davam a mesma impressão.

A empousa portava uma espada, e parecia disposta a sugar o nosso sangue ou perfurar nossa carne com seus dentes grandes e afiados. Carol veio correndo ficar ao meu lado.
Disparei uma flecha e mesmo com uma ótima precisão, consegui errar por 1 cm.
- Ela não é tão lenta quanto parece, mesmo com essas pernas diferentes. – Suspirei e falei baixinho para minha colega – Precisamos achar um modo de não entrarmos no corpo-a-corpo com ela.

 Não tinha nenhuma ideia que pudesse dar certo em mente, por isso decidi usar o plano da Carol: um distraí e o outro aproveita para atacar.

Recoloquei meu arco em minhas costas e puxei minha nova adaga da cintura. Não sei se ela ia ser o suficiente para combater um monstro aliado a uma espada, mas, tinha de tentar. Com um rápido movimento eu a dividi e ficou parecendo duas facas.
Já com as armas em mãos, eu corri até a empousa e comecei a ficar tenso com seu primeiro ataque, tive que usar as duas partes da adaga para bloquear o ataque da sua espada. Teria de melhorar a minha perícia para em vez de defender, apenas me esquivar e fazer ataques furtivos.
Recuei, e novamente me lancei para atacar.

 Carol começou a usar os raios de sol para ofuscar a empousa e assim atordoa-la. Eu deveria ter pensado nisso antes, mas não tinha muito tempo para chorar pelo poder não utilizado. Aproveitei a distração para começar a fazer movimentos de corte por toda a extensão do seu corpo com as minhas facas. O monstro já estava voltando ao normal quando foi atingida no ombro por uma flecha envenenada; sorri, juntei as duas partes e transformei a arma novamente em uma adaga.

Num ato indolor, finquei a adaga na barriga dela. Mas ela sorri e retirou a mesma de seu corpo, fiquei em choque com a surpresa e antes que pudesse fugir completamente, tive a manga do meu capote rasgada e minha pele também fora arranhada por suas presas que passaram ali de raspão.
Dei uma cambalhota no chão e parei ao lado da minha colega semideusa. Armei novamente meu arco e sem ligar para o braço dolorido estiquei a corda ao máximo e deixei a flecha no ponto.
- Vamos atirar juntos; no 3. 1, 2, 3!