Treino para Annie - Narrado por Íris [e Nyx]

Annabeth Chase. Uma das semideusas mais conhecida e renomada do Acampamento Meio-Sangue. Conhecida por sair em missões perigosas junto ao Percy e ao Grover, mas hoje queria apenas um bom treino. Qual a melhor forma de começar então? Talvez enfrentando um de seus piores medos. Um ciclope.

A filha de Atena, sem hesitar, tinha escolhido as suas melhores armas para combatê-lo. E claro, a arena nunca teve tantos espectadores em uma batalha “monstro versus semideus” como essa.

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Usando o colar da coruja e a pulseira da inteligência, estava conversando com um de meus irmãos recém reclamado esperando a ideia do próximo treino que realizaria quando os olhos se elevaram unindo as sobrancelhas ao ouvir um barulho pouco comum, até mesmo para um acampamento de semideuses.
Com o boné de invisibilidade no bolso do shorts jeans, rapidamente o retirei colocando-o na cabeça observando meu corpo desaparecendo diante de meus olhos. O caos para a saída da arena era visível dos campistas procurando por armas mais eficazes para enfrentar o ciclope em seus chalés. Ativando meus acessórios, empunhei o escudo no ante braço enquanto o cabo da espada se mantinha fixo em minhas mãos, esgueirando-me por entre os semideuses e escondendo-me atrás do armário para usá-lo como um escudo ainda maior caso algo fosse arremessado contra mim. 

O ciclope estava sem controle. Ele saiu rugindo e fungando em todas as direções, procurando suas presas. O seu único olho grande piscou várias vezes enquanto ele procurava o alvo que já não era mais visível.

Com uma fungada profundamente “forte”, ele de certa forma (errada, talvez) sentiu o cheiro da filha de Atena, mas sem saber realmente em qual direção seguir, já que havia muitos semideuses e todo o espaço enorme da arena impedindo-o de achá-la. O monstro, com o início de raiva, começou a correr por todo o espaço daquele lugar, urrando e procurando a semideusa com o cheiro “gostoso”.

- Blubob querer filha de Atena! – Urrou ele bobamente.

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Aquela era minha chance. Arriscado? Muito provável, mas eu tinha de aproveitar enquanto o monstro estava ocupado demais tentando decifrar os cheiros de semideuses no local, mesmo querendo bater com a mão na testa mentalmente. Com o acampamento inteiro no local percorrendo as arquibancadas, ele tinha que querer justamente a filha de Atena? Parecia que todo ciclope que cruzava meu caminho, desde o meu nascimento - com exceção de Tyson, obviamente - tinha um desinteresse completo em qualquer outro filho de Deuses e um interesse subito pela minha pessoa.
Assegurei-me que meu boné e escudos estavam devidamente presos ao meu corpo e corri na direção dele, contornando a arena de maneira que eu fizesse a trajetória por trás do ciclope, empunhando a espada firmemente em minha mão. O escudo voltado acima de minha cabeça, tentei aproximar-me o suficiente para raspar a lâmina de minha espada mirando a articulação traseira dos joelhos dele e, rapidamente, afastando-me voltando a assumir minha posição de defesa à uma distância que tendia a ser segura. As pernas afastadas na altura dos quadris e levemente flexionadas com os pés assumindo uma posição de noventa graus entre si sustentavam um tronco inclinado para frente a fim de estabelecer um equilibrio e reação à esquiva melhor.  

Decididamente aquele Ciclope era realmente burro. Mesmo com os sentidos de audição e olfato apurados, ele não conseguiu prever a chegada da garota invisível. O seu urro foi extremamente alto quando ele sentiu o corte na parte de trás do seu joelho e sua perna se dobrou de forma rápida, com a dor.

- Filha de Atena idiota! Machucou Blubob! – Ele gritou de forma imbecil enquanto esfregava o machucado. Mas qual é! Ele era um ciclope, aquilo não doía tanto. E claro, agora ele já sabia que a garota estava logo atrás de seu corpo robusto. Virou-se de forma rápida e começou a correr exatamente na direção em que a semideusa estava. Agitando os braços de um lado para o outro, sem mencionar que eles eram enormes, ele queria e iria atingi-la alguma hora.

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O corpo extremamente robusto do ciclope corria na minha direção e meu cérebro lutava para não paralizar meu corpo com a visão de meu maior medo vindo em minha direção. Mas, talvez o truque utilizado por Percy com o Minotauro também fosse válido para monstros como aquele gigante que debatia os braços: curvas rápidas e fechadas poderiam fazer com que ele perdesse seu equilíbrio.
Comecei a correr em zique-e-zague fechando rapidamente as dobras do trajeto na esperança que ele acabasse por se desequilibrar e cair, as distâncias percorridas ultrapassavam a finalização do seu imenso corpo e fechavam-se rapidamente, dirigindo-se na direção oposta. Os tenis All Star levantavam a poeira do solo de terra batida da arena propositalmente querendo que o ciclope tivesse mais senso da minha localização na tentativa que ele a seguisse com mais afinco. Mesmo com a respiração ofegante, os olhos cinzentos não se desviavam da visão periférica a fim de manter sua localização sempre em campo visível para mim e o escudo se mantinha na lateral de meu corpo, oposta à espada, para não diminuir minha velocidade.

Por que um ciclope? Por que sempre um ciclope tem de aparecer? Perseguir-me estava se tornando quase um esporte mundial na raça deles, mas quando me dei por conta um tremor de terra alcançou meus pés, causando a tentativa de um desequilíbrio. Tão rápido quanto pude, enquanto ele ainda estava com a mão apoiada no terreno da arena, fiz algo arriscado demais: Aproximei-me dele e tentei cravar a ponta da lâmina na pele da sua mão, a retirando em seguida por receio de que ele me levantasse consigo quando a erguesse.

Quando este momento acontecesse, aproveitaria-me da brecha e correria por entre suas pernas, tentando cortar com a lâmina a região que envolvia as articulações na esperança de conseguir alguma maneira para que ele caisse no chão e seu ponto fraco se tornasse alcançavel: o seu único e imenso olho.

Off:

Ele estava se abaixando, era tudo que eu precisava e necessitava. Empunhei minha espada, estreitando os olhos cinzentos e optei por não dar margens à sorte e utilizar de um dos poderes de minha mãe. Com uma breve oração à Deusa da Sabedoria, um par de asas tão transparente quanto meu boné me permitia ficar, abriu-se em minhas costas. Brancas e emplumadas como a de uma coruja das torres.

Flexionei as pernas e levantei voo empunhando a espada à minha frente, como se eu houvesse me tornado uma flecha humana reta em direção ao olho do ciclope, na tentativa nojenta de afundar minha lâmina em seu enorme olho.

Poder utilizado:

Meu mundo girava, literalmente, enquanto eu tentava encontrar meu equilíbrio mais uma vez. Após algumas voltas no ar que, se meu estomago não fosse forte teriam me deixado da cor de um guacamole, com a mão livre ajeitava o boné da invisibilidade sobre minha cabeça de maneira a firmá-lo melhor. Empunhei a espada e meus olhos cinzentos se focalizaram no ciclope.

O monstro encontrava-se sentado no chão e com as duas mãos encobrindo seu único olho. Maneei os lábios, então, e dei mais um voo rasante em sua direção com o braço livre junto ao corpo e as pernas unidas e estendidas. Minha posição era de quem mergulhava em direção ao ciclope e, assim que cheguei próxima o suficiente, estendi a espada com a lâmina à minha frente focalizando entre seus dedos na tentativa de mais um golpe em seu globo ocular.

Imediatamente após a tentativa, afastei-me contornando a cabeça do gigante e colocando-me atrás da mesma com uma mecha de cabelo diante do rosto, visando ficar em uma posição próxima, porém segura.

Poder utilizado:

Por mais que eu tivesse criado alguma afeição com Tyson no final das contas, fui criada para matar monstros e aquele não era o irmão de Percy, não estava ali para nos ajudar, mas iria comer qualquer um dos campistas sem pensar duas vezes. As asas ainda batiam no ar, invisíveis, quando o ciclope caiu no chão de terra batida da arena sacudindo todos os assentos nas arquibancadas.

Semicerrei os olhos cinzentos e voei em direção a ele, conforme a mente procurava um local de difícil acesso para ele caso ele tentasse reagir de novo: as costas. Demoraria mais para que ele conseguisse se virar para me atingir se ele recuperasse as forças. Assim que me posicionei sobre as costas dele, mergulhei no ar cravando a espada entre suas espátulas e retirando, em seguida. Então, ergui-me no ar novamente o mais rápido que consegui para ficar longe do seu alcance.

Poder utilizado: