PvM - June e Pietro - Sem narração (Atemporal para Pietro)

- Ô queridinho, esqueceu que foi você quem escolheu essa marmota? Não me culpe. – Eu disse em resposta a suas palavras, encaminhando-me sem pressa alguma até as jaulas. Decididamente precisávamos de um desafio a nossa altura e eu achava que apenas aqueles escorpiões ferozes e gigantes poderiam fazer a gente ter algum divertimento e risco de morte a mais. Sem grande cautela, parei bem perto de sua jaula e ele já parecia ter ficado nervoso apenas com a minha presença ali.

Ergui as sobrancelhas.

Não demorei a abrir a jaula, também. Só que eu quase morri no primeiro ataque do monstro e isso não era nada legal. Assim que a jaula se entreabriu, seu rabo pontudo realizou um arco em minha direção, visando o meu peito, e se não fosse pelo meu Cajado eu estaria bem mortinha agora, mas não estava. Eu estava ao lado de Pietro, uns poucos metros de distância do Escorpião e um pouco de raiva borbulhante em mim.

- Filho da mãe! – Falei em voz alta enquanto eu acoplava novamente o cajado às minhas costas e dobrava um pouco os joelhos, tomando posição de ataque empunhando a espada.  

Observei os movimentos de Pietro enquanto ele partia para cima do monstro. Seus movimentos eram rápidos e calculados como o de alguém com experiência. O que na verdade, ele tinha, já que era um dos bons combatentes do Acampamento. Fora os seus ataques, ele ainda tirava tempo para me infernizar.

- Você consegue ser extremamente insuportável. – Falei entre dentes enquanto eu observava o escorpião ficar sem o seu rabo. Abri um meio sorriso enquanto eu começava a correr em direção ao monstro. Estendi a minha mão esquerda, colocando-a bem a frente de meu busto e mexendo os dedos de forma leve. Raízes de uma largura média começaram a saltar do chão, se prendendo nas pernas da criatura. Semicerrei os olhos enquanto o escorpião começava a se imobilizar e me joguei em baixo do seu corpo.

A terra saltou ao meu lado enquanto eu derrapava em direção à parte inferior do monstro. Eu tinha uma grande chance de ser esmagada, mas o meu plano era mais compacto que isso. Olhei para a espada em minha mão e logo ela se transformou em minha serpente, Rubye. “Agora!”, gritei para ela quando estávamos exatamente em baixo da barriga do monstro. A serpente, com suas presas expostas, se infiltraram por entre a armadura natural da criatura e desferiu uma sequência de mordidas antes de perder para a gravidade e cair no chão. Há essa hora, eu já estava do outro lado do monstro, limpando a minha roupa suja de terra. Rubye veio rastejando em minha direção antes de pegar impulso e voltar a ser minha espada. Nesse mesmo momento, o rugido de dor do monstro me atingiu e eu parti para o round dois.

Ainda preso pelas minhas raízes, comecei a correr em sua volta procurando os lugares onde a sua pele era mais frágil. Enfiava a espada rapidamente e logo a retirava, partindo para outro “ponto fraco” do escorpião. E ainda ouvindo os gemidos e ganidos de dor do escorpião, fui um pouco arfante para o lado de Pietro. Só restava um golpe final, agora.

Observei o golpe final de Pietro com um sorriso nos lábios. Eu praticamente tinha deixado a parte mais fácil para ele e eu achava aqui totalmente demais. É. Ergui minhas sobrancelhas enquanto o monstro, gradativamente ia se tornando pó e enquanto o filho de Dionísio voltava para o meu lado.

- É... Foi um treino legal. – Comentei monotonamente olhando-o de esguelha. Eu estava começando a ficar com preguiça e já estava na hora de regar as minhas violetas. – Só que para sua tristeza, é a minha deixa. – Voltei a falar, só que dessa vez me virei para ele. Na palma de minha mão, a espada voltava a ser o meu pingente prateado. Prendi-o no pescoço rapidamente e logo em seguida eu ergui a mão esquerda, em um “tchauzinho”.

Como uma Mênade, eu adorava um teatro e principalmente me mostrar um pouco. Com esse pensamento em mente, peguei o meu Cajado Primaveril e me teletransportei dali, com destino a porta de meu chalé.